Consciência compartilhada

Isso pode soar como fantasia, mas é algo que nossas crianças ainda lembram. Através de testes como mostrado no vídeo, se descobriu que crianças até quatro anos acreditam que nossa consciência é compartilhada, se elas souberem de algo, outras crianças também saberão. Apesar dessa percepção, elas não têm essa capacidade, é como se os seus cérebros lembrassem de uma habilidade há muito tempo perdida. Após essa idade, a ideia é abandonada, dá-se início a criação do SER, o EU engatinha em direção a existência, algo na estrutura de nosso cérebro favorece esses pensamentos relacionados com nosso próprio ser, por isso que lembramos tão pouco da época que éramos recém-nado, para ele, não é valido salvar memorias criadas antes do EU ser formado.

Quimbaya

Os Quimbayas também lembram dessa capacidade, mas diferente das crianças a lembrança ainda está associada com a capacidade. R Todas as atividades eram mais rápidas e tinham sua dificuldade reduzida para os filhos dessa etnia colombiana, eles não precisavam A conversar, explicar nem expressar o que estavam sentindo todos já sabiam isso. S As crianças G rapidamente aprendiam a sua língua sem nenhum professor, novas tecnologias e soluções para problemas instantaneamente se difundiam pela tribo. A Além disso não posso falar muito mais dos meus conterrâneos, como nas crianças do mundo exterior, R nós também não tínhamos uma identidade individual bem definida, e nosso cérebro não fazia questão de guardar lembranças, elas ficavam em algum outro lugar compartilhadas por toda a tribo. O

Infelizmente, até hoje me pergunto o porquê, os dias finais da minha tribo estão bem claros em minha mente. Lembro quando alguém soube que algo de fora havia nos descoberto, lembro da surpresa VEU instantânea de toda a tribo. Eles foram rápidos, pegaram cinco de nós e começaram o extermínio. Quando o primeiro da tribo caiu, a batalha estava perdida. Era impossível ter qualquer reação com aquela memória vívida da morte. Por mais fraco que seja esse pensamento, fico feliz em saber que aquela agonia durou apenas alguns segundos, pelo menos para aqueles que ali morreram. Os outros cinco não tiveram tanta sorte, eles sentiram cada uma das mortes daquela tribo. Isso aconteceu no século XV, o massacre foi executado por espanhóis atrás de ouro, pelo menos era isso que a Ordem da Razão queria que acreditassem. Dos 5, dois não resistiram aquele fluxo de emoções, padeceram ali.

Logo após algo surgiu na mente do terceiro, algo que não conhecia, um conceito que ia além de toda a experiência de sua vida, uma ideia oculta, aquilo não era possível em sua tribo, mas veio do chefe da tribo e ele sabia que só ele e o chefe sabiam, não isso não é verdade, quando o conhecimento chegou nele, o chefe já não mais o tinha. Magika, aquela palavra conseguia deter mais informação do que toda a vivência de sua tribo. Ele não sabia o que fazer com aquilo, ele só queria fugir dali, e que aqueles invasores pagassem. E foi isso que aconteceu, subitamente ele estava livre, chamando seus companheiros e pulando da carroça, um dos guardas conseguiu reagir antes de virar uma estátua, matou o quarto, outro acertou o quinto. O terceiro fugiu. Um fugiu, ninguém o encontrou. Outro foi atingido, sobreviveu e foi capturado. Alguém agradeceu pelo plano de sequestrarem cinco e não um.

O Despertar

Seu corpo já não podia suprir o que necessitava, tampouco sua mente poderia ter suportado tamanho sofrimento, ele viveu cada morte, viveu o curto tempo de vida restante daquele que foi capturado e sentiu cada tortura, cada experimento que fizeram com ele, até ser dali desligado. Também acompanhou aquele que conseguiu fugir, o terceiro e tomou conhecimento da Magika, aquele conhecimento que lhe fora despertado pelo líder da tribo e que agora chegava nele.

Nesse momento ele morreu

Silencio

Paz

Alivio

Essas sensações se foram, as centenas de vidas compartilhadas em sua mente também. Deram lugar a milhões, trilhões, incontáveis vidas. Mas dessa vez era de um só ser, dele.

Podia ver todas as infinitas possibilidades que sua existência tem, infinitos universos em que era historiador, outros infinitos em que era cozinheiro... tamanha imensidão, isso era tão raso, era como olhar para o horizonte e pensar que aquela ilusão de ótica era infinito, aquilo não importava, ínfimas mudanças de um "universo" para o outro e em cada universo ele não deixava de ser um desprezível grão.

Ele sabia que poderia passar o resto de seu tempo olhando para aquelas possibilidades, sabia que definharia feliz com aquele destino.

Mas não poderia ser "só" aquilo, antes de morrer teve acesso a algo que o terceiro sabia, o que era? Mágica, não, não era bem isso.

MagiKa

Em consonância com o que estava no âmago do seu ser, Magika era algo real, e um elemento primordial da humanidade, mas porque ele não conseguia ver qualquer coisa relacionado com ela naqueles infinitos universos? Ele tinha que mudar seu foco, tinha que buscar algo além. Mas o que? Já estava olhando para o infinito, há algo além do infinito?

O HORIZONTE É FALSO, ESQUEÇA-O!

11 pontos brilharam, cada um único em sua existência. Enquanto os outros se ramificavam em infinitas possibilidades, esses tinham apenas uma história, do início ao fim, sem ramificações, sem alternativas. Seriam 11 Teohuas? Não, não os Teohuas sozinhos são infinitos, aqueles ali eram Kushim e um deles também era Teohua.

Apesar de ver/sentir cada um dos 11, ele não conseguia saber o que sabiam ou vivenciar o que viveram, apenas que eram encarnações passadas e futuros de Kushim, cada uma de uma tradição e uma separada, uma tecnocrata. Todas ligadas por um ideal.

Naquele momento sabia que tinha uma escolha, emanava dos 11 tristeza, decepção e solidão, aquele era um caminho árduo. Rodeando-os estava um oceano de possibilidades, vidas em que poderia ser feliz, ter tudo o que desejava.

Teohua escolheu ser um dos 11.

O Mago

Após despertar, Teohua acordou. E ao seu lado estava Sebastián. Um Verbena que o ajudara naquela jornada.

-Estava lhe acompanhando, filho. Sua jornada foi mais longa do que esperava, passaram-se dias após a sua primeira morte.

Por mais não crível que aquilo soasse, após aquela viagem, poucas coisas me surpreenderiam.

-Pude lhe acompanhar, enquanto você via o seu universo. Mas duas coisas pareciam propositalmente vazias, o nome do seu avatar e algo relacionado a motivação dele. É algo que devamos nos preocupar?

Demorei um pouco para responder aquela, na verdade buscando a resposta. Falei: Não sei lhe informar, senhor. Na minha mente essa parte ainda está branca.

Estava sim branca, mas sobre um fundo negro.

Teohua e Sebastián passaram mais algum tempo ali na boca da caverna, comeram e beberam, pouco falaram. Teohua não viu sentido em voltar para casa, ele havia feito uma escolha e faria todo o possível para galga-la.

O Verbena

Assim Teohua foi iniciado na tradição, suas primeiras aulas aconteceram ali no caminho de volta, para a casa de Sebastián na Espanha. Enquanto assimilava todas aquelas novas informações, sua mente trabalhava juntamente com Kushim (ninguém mais deveria saber aquele nome, ou que o intuito deles seria o de rasgar o véu), seu próximo destino era a Espanha, o ultimo compartilhamento que ele havia tido com O Terceiro o levava para lá.

Aqueles que o haviam capturado descobriram uma forma de trazer de volta aquela consciência compartilhada. A intenção de Teohua não era a vingança, esses sentimentos não chegavam aos pés de seu propósito, o proposito que foi lhe mostrado por Kushim. Ele sempre lutara pelo livre conhecimento, condenava a hipocrisia de qualquer grande instituição humana, a começar pelas religiosas, e agora via tal comportamento também nessa outra dimensão, aquilo deveria acabar, o véu teria que ser rasgado.

Sebastián o apoiava mesmo ainda desconhecendo suas motivações e o guiava para o aprimoramento como desperto e como humano, bancara seus estudos durante os 6 primeiros anos. Teohua aprendera o paradigma Verbena, mas o que guiava sua Magika era a consciência, não os Deuses, e sem o lugar que ocupava no universo e que não tinha nenhum papel nele. Saber que o universo continuaria a existir independente do que fizesse, permitia-o alterar a realidade, dava-o permissão para aquilo.

Pode até parecer que saber disso tiraria o proposito da sua busca, porem sua mente não pensava em melhorar/aprimorar o universo, e sim a humanidade.

Além das artes magikas Teohua aprimorou também seu corpo e sua mente humana, começou a treinar Kendo, e deu início ao curso de medicina na faculdade de Madri, teria que fazer isso para a sua jornada.

Ao final dos seis anos ele estava pronto para colocar em pratica o seu plano.

FOCOS:

Vida: Girar o bisturi entre os dedos, provocando microfissuras na palma da mão.

Mente: Meditar, visualizar todas as deidades Verbenas e situá-las na infinidade do universo.

Primórdio: Molhar a ponta do dedo indicador, colocar em sua bolsa, aonde estão as cinzas que recolheu na gruta onde despertou, e leva-lo a boca. Não resta muito desse material, seu uso é regrado.